José Miguel Carvalho Félix nasceu
em Castelo Branco no dia 23 de Março de 1968. Apesar de ter nascido naquela
bonita cidade do Alto Alentejo, residiu e passou grande parte da sua infância
na vila de Porto Salvo, tendo aí feito a escola primária e compartido as
naturais brincadeiras de menino travesso, próprio da idade, tendo granjeado
muitas amizades, na vila que o adoptou e ele elegeu como sendo a sua casa. Daí
armar sempre que lhe perguntavam a naturalidade, com orgulho e sem hesitações
respondia:” Sou de Porto Salvo”! A tauromaquia sempre o fascinou, até porque
desde bastante novo, ora acompanhado por familiares, ora acompanhando os
amigos, sempre que podia assistia a uma corrida de toiros.
Era aficionado. Aficionado de
verdade; até porque muitos afirmam sê-lo, no entanto do dizer ao ser, existe
uma fronteira calada, onde a coragem, sentimento e paixão, marcam a diferença, a
personalidade e o caracter de um homem. Deu largas á sua afición, através da
jaqueta de ramagens, tendo-se estreado no Grupo F. Amadores de Cascais a 21 de
Abril de 1991, exactamente na praça do seu Grupo: a Monumental de Cascais,
tendo depois transitado para o Grupo Forcados Amadores de Lisboa, onde como o
próprio armava:” com o ti Nuno aprendi a ver toiros. Com o Zé Luís fiz-me
homem!” Ao longo dos 17 anos que levou como forcado pegou 57 toiros. Foi
desfeiteado por vezes, no entanto a sua raça e querer, suplantaram em muitas
ocasiões as dificuldades que os toiros punham e mesmo saindo por vezes
bastante mal tratado, nunca se intimidou perante as circunstâncias. Por vezes
quando algo corria menos bem, a sua irreverência (qb), suplantava com alguma piada
o momento.
Depois dos filhos, o seu Grupo
de Lisboa, era a família. Despediu-se de forcado a 22 de Agosto de 2007,
pegando um toiro com ferro e divisa de “Pinto Barreiros”, na praça de toiros do
Campo Pequeno. Contudo não se despediu da tauromaquia. Continuou a acompanhar o
seu Grupo, sempre que este estava anunciado num cartel, porque gostava da festa
e sentia-se forcado, como ele mesmo dizia…” fui forcado e serei sempre forcado.
Onde estiver o Grupo de Lisboa, lá estarei também!”. Mas o Miguel não era
apenas e só forcado. O toiro e o cavalo tinham algo de mágico para ele e o
toureio, um misto de beleza, drama, gloria; que só alguns tinham o poder de o
transmitir com elegância perante um toiro, talvez ou por isso mesmo, o Miguel
Félix percorria os caminhos da Ibéria taurina, vendo faenas, toureiros, grupos,
ganadarias, porque o Miguel é (ele não partiu! Continua com todos nós) um homem
do toiro e do cavalo. Um homem alegre, mundano, mas com seriedade e palavra: Um
bom amigo. Valores que inculcou aos filhos…e que certamente o “Pêpê” irá dar
continuidade, dentro e fora das arenas, sobretudo na arena da vida, a qual o
Miguel lhe ofereceu como legado maior.
Vá por ti Miguel !!
No dia 1 de Junho, pelas 16
horas, José Miguel Félix será homenageado na Festa do Cavalo de Porto Salvo.
Junte-se a nós.
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